domingo, 7 de fevereiro de 2010

Saindo da Encruzilhada


É dificil quando, num determinado momento, nos vemos parados numa encruzilhada, tendo que decidir qual caminho irá seguir.

Em 2009, depois de seis anos sem estudar, finalmente havia conseguido entrar na faculdade, cursando Relações Públicas. Não tinha muita noção do que era, apenas havia colocado como ultima opção para não ser eliminado na nota de corte. O que eu queria mesmo fazer, na época, era Jornalismo, principalmente por gostar muito de escrever e pesquisar sobre vários assuntos, principalmente culturais.

Resolvi conhecer o curso, senti um pouco do preconceito vindo de quem é de fora e não conhece bem a área, aprendi que um RP é um gestor da comunicação. Fiz grandes amigos, tive aulas inesquecíveis especialmente com uma simpática e elegante professora chamada Denise, e cheguei ao fim do ano até que fascinado com a profissão que deveria seguir.

Mas, sempre senti algo inquieto dentro de mim. Não sei se porque eu esperava ser chamado para um curso, e acabei indo parar em outro. Tentei abraçar a profissão com toda a força que meus braços podiam, mas ao mesmo tempo, sentia que essa força era desnecessária, era como se o corpo não correspondesse.

Foi aí que, no final do ano passado, após ter passado por algumas situações relacionadas a pessoas do meu cotidiano, percebi que não tinha perfil para a profissão. E de repente, tinha me visto novamente numa encruzilhada, perdido, tentando decidir em qual caminho seguir, e principalmente, quais as conseqüências em deixar os outros.

O Jornalismo, que eu havia deixado de lado principalmente após a desobrigação do diploma, voltara a ocupar a minha cabeça.

Deixar Relações Públicas, uma das oito profissões mais promissoras do século XXI, de acordo com uma pesquisa feita em 2005 pelo instituto norte-americano Bureau Labor Statistics, segundo o site Revista Ensino Superior, para Jornalismo, um dos cursos mais procurados, e por isso, com um mercado saturado. Inevitavelmente, me veio o famoso dilema que assola os vestibulandos, e que eu nunca imaginei que voltaria a fazer parte dos meus pensamentos: vale mais fazer o que se gosta, ou o que lhe traz mais ganhos?

Segundo o site administradores.com.br, nem sempre fazer o que gosta já é o caminho direto para o sucesso. Pelo contrário. Segundo pesquisas feitas em empresas pela psicóloga organizacional e consultora do IDORT/SP, Rosana Bueno, a maioria dos que se declarava gostar do que faziam eram justamente aqueles que não subiam de cargo. Segundo ela, pessoas com talento geralmente executam o seu trabalho com menos esforço, e por isso, permanecem no mesmo cargo. Ou seja, fazer o que gosta somente não basta, é necessário esforçar-se para fazer buscar o seu melhor. Outro site, o acerteorumo.uol.com.br, afirma que “Não existe a profissão que dá dinheiro. Existem profissionais que ganham dinheiro porque investem e gostam do que fazem.”.

Foi passando o tempo, e o prazo para a troca de curso se esgotando. Foi então que na sexta-feira, dia 05, eu tomei a decisão que há dias estava consumindo a minha cabeça. Mudei para Jornalismo. Percebi que mesmo que ficasse em Relações Públicas, talvez poderia me frustrar no futuro, por justamente não me achar no perfil para o profissional. È aquela coisa, fazendo o que realmente gosta, com esforço, vai se longe.

É claro que isso vai mudar a minha vida. Felizmente nem tanto os meus horários, mas a minha cabeça e tudo que irei produzir no futuro, isso com certeza. Confesso que ainda estou um pouco apreensivo com essa decisão, aquele medo de quem acaba de entrar em um novo caminho, mas teme que esteja no lugar errado ou que pode voltar a mudar no futuro, mas essas respostas, só o tempo é quem irá me dizer.

Até lá, espero que seja muito proveitoso, mesmo que não seja nessa profissão, mas em tudo que eu vier a fazer daqui pra frente.

E agora estou aqui, prestes e voltar para a faculdade, num novo curso, com nova mentalidade, e mergulhando nesse universo, que na prática, desde que prestei o primeiro vestibular em 2005, foi o que eu realmente escolhi para mim...

E seja o que Deus quiser...

Danilo Moreira


E após cerca de um mês em recesso, o Ponto Três está de volta. Algumas novidades, em breve, estarão pintando por aqui. Aguarde...



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FOTO: http://www.aleac.ac.gov.br/aleac/edvaldomagalhaes/images/stories/caminhos.jpg

5 comentários:

Gi Olmedo disse...

Uhu! Decisão acertada, rapaz.

Não só por eu ser da área... mas porque fazer aquilo que gostamos é prazeroso, e a dedicação é sem igual. Sentirá a diferença. Parabéns...
Caso continue na Fapcom, bem vindo às muitas aulas do Rovilson, do Wagner Belmonte, da Crepaldi, da irmã Joana, ao stress e alegria da notícia, da busca e, principalmente, ao conhecimento que vc irá adquirir.
Irá perceber o que estou falando no aprimoramento dos seus textos e fará subir a qualidade deles... e aprender muito, muito, muito mesmo. Profissionalmente e na vida.

Ps: em off, te falo da minha opinião sobre a Denise. A propósito, vc ainda terá aula de ética com ela nas integradas.

Arlan Souza disse...

é incrivel como quantas pessoas passam pelos mesmos questionamentos.
Eu também estou em dúvida sobre qual curso seguir, as vezes eu paro e penso...existe mesmo um que me faça feliz no bolso e na conciência?
Cra desejo toda a sorte e perseverança. Vá em frente, lute!

Marcelo A. disse...

Olha, Danilo... Eu sei bem o que é isso. Já passei por essa situação antes, mas, ao contrário de você, não tive peito suficiente pra mudar o rumo. Meu sonho também sempre foi o Jornalismo, mas acabei parando na faculdade de História. Também fiz algum tempo de Produção Cultural e joguei pro alto. Loucura, visto que era numa renomada Universidade Federal cá do Rio, além do quê, o curso fazia parte da área de Comunicação Social, tinha muitas matérias afins com o curso de Jornalismo. Mas não rolou. Acabei me formando em História - e o resto da história, você já sabe.

Gosto muito do que faço, embora pense que os trabalhadores em educação nesse país são mal valorizados - em todos os sentidos. Mas sabe que até hoje existe meio que uma frustração? Queria recomeçar, mas me sinto meio velho, sei lá. Minha mãe diz que 30 anos tá longe de ser velho, mas não sei se enfrentaria todo aquele estresse de vestibular, de estudos e provas outra vez. Por isso te digo, meu velho: pro alto e avante! Não se arrependa! Melhor se arrepender tendo tentado.

É isso aí. Ei, tu tem MSN? Se importa em trocar?

Abração e não suma!

Sônia disse...

É...
Tomar decisões na vida não são fáceis... E quem disse que a vida é fácil?
Fico triste em ter perdido um colega de profissão, mas fico muito feliz em ver que pode escolher em tempo um novo caminho a seguir. A alma só tem paz quando está realizada.
A sua coragem e a sua força de vontade te levarão longe. A única pessoa que pode te impedir de chegar aonde você quer é você mesmo.

Boa sorte no novo caminho, muitas felicidades e realizações. Estaremos juntos em parte da caminhada, mas sempre próximos ao longo da vida, se ela assim permitir!

Rodrigo disse...

e aí Danilo!

Parabéns pela decisão... eu acredito que vc escolheu o caminho certo...
quem faz o que gosta sempre é bem sucedido! pode ter ctz disso!!

pena que eu nunca tive essa coragem... esse ano, vou me formar em rádio e tv e desde o primeiro ano de faculdade penso que deveria ter mudado de curso...

abraaaço! ótimo feriado pra vc!

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