Rodrigo tinha dezoito anos e meio. Já havia completado o Ensino Médio. Vivia dividindo o seu tempo entre o lazer, a procura por trabalho, e principalmente a busca por um rumo, um caminho a se seguir. Estava com dificuldades para obter essa resposta. Iria para uma biblioteca fazer uma pesquisa sobre carreiras e faculdades.
E por fim, chegou ao local. Foi direto para a prateleira dos guias de profissões. Pegou três livros. Sentou em uma mesa vazia. Começou a folhear um dos livros. Eram propagandas de diversas faculdades, prometendo te transformar em um profissional rico e consagrado. Em seguida, fuçou na parte dos testes vocacionais. Já estavam rabiscados por diversos outros jovens que também estavam no mesmo dilema que ele. Pensou em fazer aquele teste. Desistiu. Já havia feito vários, e o resultado não havia sido satisfatório.
Chegou à página onde começava a descrição das profissões. Eram várias. Muitas opções, carreiras, oportunidades, caminhos a serem seguidos. Pegou uma folha de fichário. Anotou algumas profissões de que gostou. Resolveu focar sua pesquisa somente nelas. As horas foram passando e Rodrigo acabou chegando a somente três. Teria que se decidir por uma delas. Não conseguiu. As três eram boas. As três tinham a ver com ele. Mas, escolher qual delas?
Parou. Peso. Como era difícil escolher uma profissão. Era a mesma sensação de estar caminhando num corredor silencioso e enigmático. Havia as portas. Teria que escolher uma. Porém, ao abri-la, não se via nada, apenas escuridão. Tinha que entrar em uma daquelas portas. Ele podia buscar referências, tentar acender a luz, apalpar o chão e as paredes, mas mesmo assim, ele teria que encarar o escuro, correndo o risco de se dar mal.
Será que pensar demais não era ruim? Talvez, ficaria até mais em dúvida do que antes. Mas era bom pensar, pensar mesmo, organizar-se para lá na frente não descobrir que perdera tempo e jogara dinheiro fora. Mas Rodrigo sabia que mesmo assim, muita gente acabava mudando de curso. Não adianta, tempo e dinheiro sempre se perde. Tempo ele já estava perdendo ali, parado e pensativo, e dinheiro... bem, gastos com ônibus, guias de profissões, vestibulares...
E, cansado de viver nesse dilema, Rodrigo resolveu ir embora. Ao sair de volta para a rua, olhou para o céu. Viu que a tarde estava linda. Não era hora de ir para casa. Resolveu ir para o Ibirapuera.
Chegando lá, foi para perto do lago. Olhou para o céu. O sol já estava se pondo. Resolveu esticar as pernas. Deitou-se na grama, ficando com os olhos imóveis por alguns minutos. Pensava em seus amigos. Quase todos trabalhando, estudando, correndo atrás de seus sonhos. Ligava para eles, nunca estavam. Viviam ocupados. Chamava-os para sair. Mas desistia. Não tinha dinheiro. Quando eles apareciam, vinham cheios de novidades para contar. E ele, na mesma. Sem nada. Era uma sensação incômoda de estar sendo passado para trás, mas no fundo, essa é que era a verdade. Todos iam para algum lugar e ele ficando no meio do caminho...
Olhou para seu relógio. Já era hora de ir. Mais uma tarde se encerrando, e Rodrigo encravado no mesmo dilema.
Entrou num ônibus, sentou num banco, e pôs-se a olhar o sol se pondo lá fora, e continuar no seu incansável dilema de qual caminho seguir.
Mas, mesmo com essa angústia toda, Rodrigo sabe que, um dia, mais cedo ou mais tarde, ele vai encontrar essa resposta...
E por fim, chegou ao local. Foi direto para a prateleira dos guias de profissões. Pegou três livros. Sentou em uma mesa vazia. Começou a folhear um dos livros. Eram propagandas de diversas faculdades, prometendo te transformar em um profissional rico e consagrado. Em seguida, fuçou na parte dos testes vocacionais. Já estavam rabiscados por diversos outros jovens que também estavam no mesmo dilema que ele. Pensou em fazer aquele teste. Desistiu. Já havia feito vários, e o resultado não havia sido satisfatório.
Chegou à página onde começava a descrição das profissões. Eram várias. Muitas opções, carreiras, oportunidades, caminhos a serem seguidos. Pegou uma folha de fichário. Anotou algumas profissões de que gostou. Resolveu focar sua pesquisa somente nelas. As horas foram passando e Rodrigo acabou chegando a somente três. Teria que se decidir por uma delas. Não conseguiu. As três eram boas. As três tinham a ver com ele. Mas, escolher qual delas?
Parou. Peso. Como era difícil escolher uma profissão. Era a mesma sensação de estar caminhando num corredor silencioso e enigmático. Havia as portas. Teria que escolher uma. Porém, ao abri-la, não se via nada, apenas escuridão. Tinha que entrar em uma daquelas portas. Ele podia buscar referências, tentar acender a luz, apalpar o chão e as paredes, mas mesmo assim, ele teria que encarar o escuro, correndo o risco de se dar mal.
Será que pensar demais não era ruim? Talvez, ficaria até mais em dúvida do que antes. Mas era bom pensar, pensar mesmo, organizar-se para lá na frente não descobrir que perdera tempo e jogara dinheiro fora. Mas Rodrigo sabia que mesmo assim, muita gente acabava mudando de curso. Não adianta, tempo e dinheiro sempre se perde. Tempo ele já estava perdendo ali, parado e pensativo, e dinheiro... bem, gastos com ônibus, guias de profissões, vestibulares...
E, cansado de viver nesse dilema, Rodrigo resolveu ir embora. Ao sair de volta para a rua, olhou para o céu. Viu que a tarde estava linda. Não era hora de ir para casa. Resolveu ir para o Ibirapuera.
Chegando lá, foi para perto do lago. Olhou para o céu. O sol já estava se pondo. Resolveu esticar as pernas. Deitou-se na grama, ficando com os olhos imóveis por alguns minutos. Pensava em seus amigos. Quase todos trabalhando, estudando, correndo atrás de seus sonhos. Ligava para eles, nunca estavam. Viviam ocupados. Chamava-os para sair. Mas desistia. Não tinha dinheiro. Quando eles apareciam, vinham cheios de novidades para contar. E ele, na mesma. Sem nada. Era uma sensação incômoda de estar sendo passado para trás, mas no fundo, essa é que era a verdade. Todos iam para algum lugar e ele ficando no meio do caminho...
Olhou para seu relógio. Já era hora de ir. Mais uma tarde se encerrando, e Rodrigo encravado no mesmo dilema.
Entrou num ônibus, sentou num banco, e pôs-se a olhar o sol se pondo lá fora, e continuar no seu incansável dilema de qual caminho seguir.
Mas, mesmo com essa angústia toda, Rodrigo sabe que, um dia, mais cedo ou mais tarde, ele vai encontrar essa resposta...
São Paulo, outubro de 2006
Danilo Moreira
Gostou do blog? Então não o perca de vista. Assine o feed, adicione em seus favoritos ou seja um seguidor. O Ponto Três agradece a sua visita!
FOTO: www.baixaki.com.br
4 comentários:
Olá, eu sou a Kamilla do Blog Mundo Efêmero. Voltei a postar novamente. Já estava com saudade de suas postagens.
Gostei mto do seu texto, pq me sinto como o Rodrigo, praticamente estou vivendo uma crise existencial por causa da escolha e efetivação da minha profissão!
Beijos
Ótimo texto, meu caro.
Acho que estamos sempre buscando um caminho, independentemente das condições.
Abraço!
Passa lá depois:
www.asduasmaos.blogspot.com
É..escolher uma profissão não é fácil, ainda mais qdo somos tão jovens. E mesmo depois que achamos que escolhemos uma, às vezes mudamos nossa trilha no meio do caminho...
Mas afinal, quais foram as três profissões selecionadas?Tô curiosa...
um dia achará a reposta para o que procura
o importante é procurar e se informar e relaxar, assim como o Rodrigo está fazendo
Postar um comentário