...No começo foi difícil aceitarem o nosso namoro.
- Sério? Mas por quê?
- Sei lá. Acho que é porque as pessoas não gostam de ver a felicidade do outros. Ou a querem ver do seu jeito...
- Sei bem o que quer dizer... O meu namoro no começo também foi tumultuado, mas não me arrependo não. Sou feliz ao lado dele, e é isso que importa.
- Quantos anos ele tem?
- Ah, vinte e dois anos, só um ano mais velha do que eu. E a sua?
- Ela tem vinte e um, dois anos mais nova do que eu...
E com o tempo, Rafaela e Marcelo foram embarcando dentro de um papo descontraído, contando de seus namorados, como eram, o que gostavam de fazer, situações engraçadas que já tinham vivido, momentos difíceis onde brotara a cumplicidade, e uma série de características que faziam parte de cada relacionamento, e cheio de coincidências, como locais que já haviam freqüentado, e até de alguns amigos em comum.
Algum tempo depois, Rafaela olhou em seu relógio. Já eram 21:42.
- É. Pelo jeito nossos pares têm outra coincidência: falta de pontualidade.
- Pois é. Até nisso. – concordou Marcelo. – Mas acho melhor eu ligar para ela e encontrá-la no caminho...
- Pensando bem... acho que vou fazer o mesmo. Vou ligar para ele.
- Aliás a gente falou deles, mas você não me disse o nome do seu namorado, não é?
- E nem você da sua.
- Pois é. Qual o nome dele?
Quando Rafaela ia responder o nome que havia pensado, eis que surgem duas pessoas atravessando a rua de lados diferentes. Um homem e uma mulher. Marcelo e Rafaela pararam de se falar por um momento. Ficaram de pé para recebê-los.
Mas, por um momento, olharam para o outro. Não, era mais uma coincidência, e esta, era a maior e mais surpreendente de todas.
- Ele é o seu namorado?
- Ela é a sua namorada?
- Sim. O nome dele é Bruno.
- Legal. E ela é a Renata. Não é linda?
- Maravilhosa.
E por fim, juntaram se os casais. Marcelo abraçou Bruno apertadamente, dando-lhe em seguida um longo beijo de língua. E, logo ao lado, Rafaela beijava sua amada, Renata, com uma doçura e vontade que só alguém com muita saudade da pessoa amada poderia sentir.
- Bem, nós já vamos indo. Renata, este é...
- Ah, Marcelo! Nem me apresentei.
- É mesmo...
- Ah, Bruno, está é a...
- Rafaela.
Ambos se apresentaram educadamente. Pronto. Agora era hora de ir. Rafaela e Renata iam para uma balada GLS, e Marcelo e Bruno iam pegar um cinema. Rafaela aproximou-se do rapaz, e disse:
- Como esse mundo é engraçado. Menti que era um namorado pensando que...
- É eu também fiz a mesma coisa, também pensando que você não ia gos... Mas enfim, preconceito bobo o nosso. Me desculpe.
- Imagina, eu é que peço desculpas. Obrigado por ter me feito companhia.
- Que é isso. Eu é que agradeço. Foi um prazer conhecer você e a sua namorada.
- Prazer foi todo nosso. – respondeu ela.
E por fim, todos se despediram, indo em seguida cada um para o seu rumo, enquanto senhoras carrancudas que passavam por ali comentavam como o mundo estava perdido, com tanta pouca vergonha por aí...
Danilo Moreira
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